Desde o momento em que dei “play” no episódio, senti um peso diferente no ar. A tela abre para um mundo de tons cinza, silhuetas e contornos tênues — e ali, entre luz e sombra, sinto que este capítulo de Shady Part of Me me chamava para algo mais profundo, algo íntimo que eu mesma talvez evitasse ver. Eu me acomodo na cadeira, o joystick firme nas mãos, e já antevejo uma jornada que será menos de “resolver puzzles” e mais de “escavar pensamentos”.
Ao avançar, percebo que a garota (vestida de branco) está mais hesitante. A sombra, por sua vez, se move com mais determinação. Eu alterno entre as duas: com a garota, exploro o ambiente em 3D, empurrando caixas, ativando mecanismos; com a sombra, deslizo pelos muros, participo de projeções distorcidas. Em uma sequência, preciso posicionar um objeto perto de uma fonte de luz para que sua sombra crie uma ponte para a parte inacessível do cenário — minha respiração acelera na tela, enquanto tento conjugar luz e ângulo. Essa mecânica de interdependência — entre luz e sombra, entre parte visível e oculta — me deixa tensa: cada movimento errado pode me obrigar a voltar no tempo e refazer tudo com mais cautela.
Quando chego a uma sala escura com uma única lâmpada oscilante, o jogo parece brincar comigo. A luz treme, a sombra da caixa se estende de modos imprevisíveis, e a garota hesita. Eu também hesito. O silêncio domina o áudio, salvo por respingos sutis de som ambiente e a voz interior (a dublagem de Hannah Murray) manifestando dúvidas, medos, fragmentos — “Você está pronta?”, “E se isso não for suficiente?”. É ali que introspecção deixa de ser título e se torna função: o capítulo me força a olhar para dentro, a sentir o que a garota já sente.
No ápice desse trecho, há um momento em que a garota e sua sombra transitam entre 2D e 3D simultaneamente, o espaço se dobra e me revela um caminho oculto. Meu coração dispara quando descubro que aquilo que parecia impossível se materializa diante dos meus olhos — mas não sem sacrifício: preciso escolher quais feixes de luz ativar, quais sombras sobrepor, com medo de “quebrar” o frágil equilíbrio entre ambas. A tensão narrativa se intensifica: o jogador não está mais apenas resolvendo enigmas, mas traçando, quase timidamente, o contorno de um labirinto emocional.
Ao encerrar a sessão, a tela escurece lentamente. Fico imóvel diante do símbolo de checkpoint, e sinto como se tivesse respirado fundo após um mergulho. Parte 08 — INTROSPECÇÃO — não foi somente mais um puzzle no caminho: foi um espelho sombriamente colocado entre mim e aquilo que resiste em admitir.
Saio do vídeo com o corpo tenso, o pensamento ecoando as vozes baixas, e a certeza de que, em Shady Part of Me, não há luz sem sombra — e que essa escuridão silenciosa carrega segredos capazes de me transformar.
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